sábado, 31 de agosto de 2013

Do tempo de agora

Sei que não sou
Deste espaço, deste tempo. 
Sei que ando a juntar
Os esparsos 
Fragmentos de mim.
Sei que enquanto 
A mente vagueia inteira,
O corpo é prisioneiro
Do agora. Tudo tem fim.
E se me parece tão bela,
Tão longa a estrada,
E se ainda me ponho a sonhar
De modo irrestrito,
Algo me lembra
Do tempo de agora,
Que torna todo sonho
Curto, irreal, finito.

Shirley Carreira