domingo, 26 de setembro de 2010

Ao amor que permanece




Sejam minhas as mãos
Que percorrem caminhos
Que só a elas pertencem.
Sejam minhas as mãos
Que o façam por desejar
As trilhas conhecidas
E por nelas ver
Atalhos sempre novos
A desbravar.

Sejam meus, e para sempre,
Aqueles pensamentos
Que vão e vêm e da imagem,
Que é minha, fazem alento;
Que do meu rosto tecem
Mil encantos não fugidios
E paixões intensas
Que se sempre se recriam
E permanecem.

Que seja meu esse amor
Não volátil, não suspenso
Pelas tramas da incerteza;
Revestido pela doce
E infinita calmaria
De reconhecer-se inteiro
Naquele que se amou um dia,
E amá-lo ainda no presente
Fazendo do hoje, sempre.


Shirley Carreira

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