sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ao amigo que parte

Talvez não possam alcançar-te

Os versos, lá onde estás;

Nenhum som, nenhuma arte,

Nenhuma música ou poesia.

Talvez nesse leito de paz

Não te alcance o meu pranto;

Da saudade o quebranto

Talvez não sintas mais.

Mas se te couber um olhar,

Um vislumbre fugidio

Deste mundo de vazios,

Saiba que, na partida, levaste

A parte de mim que te cabia.

E o que de teu aqui deixaste,

A amizade verdadeira,

Hei de guardar, destarte,

Pela minha vida inteira.

Shirley Carreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário