quarta-feira, 15 de julho de 2009

Exceção



Dolorido o amor de quem canta sozinho
Tentando fazer audível sua voz solitária;
Sofridos os passos de quem tenta ser estrada,
Quando sua conformação é de atalho.
Triste a história de quem se tornou sombra
E apagada existe em meio a céu estrelado.
Loucura é tentar apagar a luz da lua
Quando só ela existe, em brilho, para o mar aberto.
Solitário os rumos de uma flor do campo
Que floresce entre lírios e assim permanece,
Sabendo que, na essência, é uma rosa bela.
Estranho guardar em si torrentes insondáveis
De mistérios, prazeres, surpresas infinitas,
E aos olhos que se buscam, dia-a-dia,
Ser apenas um pálido conjunto de exceções.

Shirley Carreira

Um comentário:

  1. Alma que se abre a tantas ideías deve ter o tamanho do universo. Louvada seja, Shirley.

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