quarta-feira, 21 de abril de 2010

Da alegria e seus rastros

Já não sei falar de ausências,
De faltas falar já não me apraz,
Nem tampouco de aparências,
Nem das dores que a vida traz.

Destarte os sonhos hei de cantar,
Brotando d’ alma como luz ardente,
A graça do amor a transbordar
De um singelo poema nascente.

Hei de cantar o belo e a alegria,
Seu doce acorde transformar
Em verso, em fluida poesia,
Enquanto puder versejar.

E quando, por fim, se calar
A voz do poeta, e eu me for;
No céu de ébano há de brilhar
Um rastro de luz e amor.

Shirley Carreira

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