domingo, 1 de abril de 2012

Criador e criatura

O poeta que me criou

Fez-me assim, crente

De que o impossível

É inexistente,

De que o medo

É fruto da mente

De quem não tem

Imaginação.

O poeta que me criou

Fez-me assim, sedenta

De tudo o que desconheço,

Assim, sequiosa

De gestos, palavras, sonhos,

De sentimentos em profusão.

O poeta que me criou

Não me fez para a solidão.

Fez-me, sim, para as noites mornas,

Com luar e muitas estrelas

A embalar-me com brilho sem fim.

Fez-me para a existência alegre

Em meio à beleza infinita

Do mundo que criou para mim.

Shirley Carreira

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