Quando me sinto assim,
Tão loucamente
Ausente de mim,
Ultrapasso meus medos,
Devasso os segredos
Que a alma esconde.
Ponho os olhos onde
A vista nem mais alcança,
Transmuto a alma em criança,
Viro as normas do avesso,
Faço do fim começo,
Torno cada mar em porto.
Se é o caminho reto ou torto
Pouco importa, se amanheço
Com este viés de loucura.
Busco o verso perdido,
Traço a palavra pura
Que pinta meu eu dividido.
E me inscrevo, verso e pintura,
Num roteiro jamais vivido.
©Shirley Carreira
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