Que tolo aquele que pensa
Do amor conhecer as estradas
Os becos de surpresa tecidos
As confusas encruzilhadas.
Nada se sabe daquilo
Que de corpo e alma se apossa
Senão o tanto que tê-lo
A vida suaviza e adoça.
E muitos no afã de buscá-lo
Não lhe sentem a tênue presença
Dele se esquivam, quando perto,
E se lamentam em sua ausência.
Vestido de ardor e desejo
Ora se consome e se apaga;
Terno, suave e cauteloso
Ora cresce e se propaga.
Se nada dele sabemos,
Origem, razão ou estada,
A ele nos entregamos
Em busca desvairada.
E quando acontece de tê-lo
Ouve-se murmúrio de estrelas,
Ainda que, de olhos fechados,
Não se possa sequer vê-las.
Shirley Carreira©
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